No final do ano passado, desenvolvi o início de um manifesto a respeito do uso da cor e de suas propriedade. Para este ano continuo os mesmos estudos a partir de uma nova reflexão: como utilizar a cor no aspecto estético e sensorial, isto é, elaborar propostas de cores que tragam uma estética adequada a sua proposta e causem, por consequência, a experiência premeditada ao seu usuário.

No campo das cores nós temos três opções cromáticas que sugerem efeitos/sensações e são elas: o contraste visual, o destaque visual e a continuidade visual. Dentro de tais propostas, a cor está totalmente presente para auxiliar em composições que conectem o lado estético com a experiência do usuário. Vamos apontar neste manifesto como é possível combinar tonalidades e matizes a partir dessas diretrizes:
O USO DA COR PARA O CONTRASTE, DESTAQUE E CONTINUIDADE VISUAL
O contraste visual é obtido pela combinação de duas cores opostas no círculo cromático, ou seja, entre uma cor primária e outra secundária. No projeto acima temos uma base mista de azul turquesa com tons de laranja e terrosos, ou seja, uma cor primária em tonalidade mais viva com uma cor secundária. Por suas composições serem totalmente opostas, (enquanto o azul é indecomponível, o laranja é desenvolvido na mistura das primárias amarelo e vermelho) o resultado é um grande contraste visual.

Outras possíveis composições que recebem tons complementares são as do vermelho com o azul petróleo (mais esverdeado), do amarelo com os tons roxos e violáceos e do rosa com o verde. Em todos esses casos, o projeto pode contemplar uma base neutra (branco, bege ou cinza) e sobrecarregar em detalhes que contenham essas duas cores para trazer o impacto desejado. É importante analisar que o contraste visual é de maior impacto quando as cores estão saturadas, isto é, em seu estado vibrante e puro.
Já no projeto abaixo, a composição cromática é de duas cores opostas do círculo, como o rosa e o verde. Contudo, o contraste é muito mais sutil porque o verde está apresentado em sua versão dessaturada (há pequena quantidade de preto na composição, deixando a matiz mais escura e com isso, menos vibrante) e o rosa está insaturada, isto é, há quantidade de branco em sua composição e ela se torna um tom pastel.

Em uma segunda proposta, existe o destaque visual: uma composição que utiliza uma única cor e suas tonalidades para criar um ponto central ao espaço. Nos dois projetos abaixo podemos ver a concentração de um verde dessaturado nas paredes e até mesmo na presença do paisagismo. Assim, a base é neutra (branca) e há somente uma cor de maior relevância.


Por último, temos a continuidade visual que é sinônimo de ambientes monocromáticos ou com pouca influência de cores, seguinte uma única cor e suas deriváveis (saturadas, insaturadas ou dessaturadas, isto é, cores vibrantes, cores mais escuras que são misturadas ao preto e tons pastel, respectivamente).

Em síntese, essas três propostas cromáticas são as diretrizes de um projeto de interiores juntamente com os estudos embasados sobre a teoria da forma e sua dinâmica entre traços retilíneos e orgânicos/curvos. Basicamente a escolha da paleta de cores depende da proposta do espaço, seja ele residencial ou comercial e também sobre a experiência e funcionalidade necessária para o ambiente, visto que a cor tem a potência significativa para propor sensações de intimismo, prosperidade, felicidade, dramaticidade, entre tantas outras vertentes do design e até mesmo da sua união com a cenografia.
Para composições exclusivas em paletas cromáticas, solicite uma consultoria para o seu espaço através do email contato@nathalydomiciano.com
Comments