Alguma vez na vida você já ouviu ou falou para qualquer ocasião: que cor eu escolho?
E se essa conversa se ramifica para o ramo da arquitetura, do design e da decoração, a pergunta é ainda mais constante: qual a cor colocar nesta parede? qual a tonalidade que escolho o revestimento?
Mas ainda tem uma pergunta muito mais vaga: "Qual cor fica mais bonita?", como se os aspectos e critérios para escolha da cor fosse meramente estético ou como se alguma cor do espectro fosse feia. Precisamos saber diferenciar o gosto pessoal das múltiplas funções e sensações que a cor proporciona em um espaço.
Lá na teoria, dizemos que a cor é a percepção visual que depende da luz refletida ou absorvida para se reproduzir. Aspectos como intensidade, tonalidade e brilho, fazem com que a cor desenvolva diversos potenciais estéticos, funcionais, sensoriais, culturais e até mesmo sociais.
Quando perguntamos para alguém qual cor fica mais bonita para um lugar específico, recebemos como resposta o gosto pessoal e não uma avaliação sobre harmonia, contraste e destaque das cores, tarefa que pode ser desenvolvida especificamente pelo profissional designer de interiores. Precisamos entender que além do simples gosto pessoal, nenhuma cor é feia ou apagada ou vibrante demais: cada uma tem a sua intensidade, sua potência e sua função como cor.
E então, o que é necessário analisar para a escola da cor em espaços internos e externos? A partir deste ponto, daremos início a um série de propósitos que identificamos dentro da cor. Confira a seguir:
ANALISANDO A COR: QUAL A MINHA PROPOSTA?
Em um primeiro momento, analise a proposta do espaço: é comercial ou residencial? Se for comercial, a quem se destina o seu público? Deseja imponência ou é um ambiente descontraído? Supondo que seja uma clínica para pets, sabemos que deverá ser um ambiente descontraído, alegre e cheio de referências ao mundo animal: porque não misturas de contraste como vermelho e azul marinho, laranja com cinza, amarelo com roxo?
Agora, se o local for um escritório de advocacia, sabemos nitidamente que o lugar precisa transparecer profissionalismo, seriedade, imponência e sobriedade. Nada melhor do que os tons acinzentados, terrosos e metalizados para compor a expressão de sofisticação.
O que quero dizer com isso é que a proposta do espaço faz com que a cor tenha atributos funcionais e psicológicos sobre o seu público alvo. Pode até ser que o público não goste da mistura de amarelo com roxo, mas ele sabe lá no inconsciente que essas cores são tão enérgicas e vibrantes que estão no local adequado, afinal, é uma pet shop. O mesmo vale para o escritório: talvez o cliente seja daqueles que ama cor, detesta essas misturas de cinza com marrom, mas sabe que o lugar em que transita corresponde a mensagem da empresa por meio .... das cores!
Pensando em espaços residenciais, local onde você passa boa parte do tempo, é necessário utilizar cores que saibam descrever sua essência e retratar sua personalidade. Neste caso, é preciso fazer uma análise mais ampla sobre seus gostos pessoais, hábitos e costumes para interpretar quais estilos mais se adequam ao seu lifestyle. Em geral, temos preferência por mais de um estilo: combinar peças modernas às contemporâneas, decoração industrial com toques retrôs são comuns na decoração de interiores. O mais importante disso é saber como sincronizar a paleta de cores e de texturas para todos os ambientes da casa, por que variações muito grandes podem deixar a casa desconexa, sem uma linguagem clara e expressiva.
Algumas cores são tão comuns na natureza que sempre vamos utilizar na composição da casa, como os tons de verde das folhas e plantas, a madeira de um móvel ou do piso e as tonalidades incríveis das pedras naturais fazem parte da paleta de cores elementar para criar a ambientação de cada espaço, seja ele interno ou externo. Junto a eles teremos a paleta de cores secundária, criada a partir de nossos gostos pessoais e até mesmo de acordo com o estilo que elegemos.
Nos projetos de interiores é interessante criar uma composição de três a quatro cores secundárias para então poder trabalhar em cada tom delas e gerar a harmonia e o destaque necessário.
Exemplificando: se as cores escolhidas forem azul, laranja, bege e branco, o projeto a ser concebido explorará todas as tonalidades, texturas e nuances que correspondem a essas cores. Isso significa que não necessariamente estará exposto uma cor laranja vibrante no espaço, mas sim que pode ser escolhida uma tonalidade de madeira mais alaranjada, almofadas de couro em tom de ferrugem, piso de madeira, entre outras opções.
Vejamos exemplos abaixo do uso desta paleta:
Agora vamos pensar em um ambiente demarcado pela paleta primária de cores que compõem a natureza. Essa composição é muito vista para espaços que mesclam o estilo rústico, que criam pontos significativos de paisagismo para fugir um pouco da atmosfera urbana (referenciado como Urban Jungle) ou para os que utilizam como técnica de decoração as práticas do Feng Shui.
Neste exemplo acima, a sala de estar e jantar foi desenvolvida a partir de uma paleta de cores elementar e com inspiração total na natureza, concentrada por diferentes tonalidades das folhagens das plantas e da madeira, seja para o piso, para acessórios e objetos. O ponto de cor foi utilizado exclusivamente na poltrona na rosa vibrante que se destaca de todo o entorno.
O mesmo ocorre no ambiente abaixo, que também foi concebido pelo conceito de Urban Jungle e o ponto de cor novamente foi escolhido para a poltrona, que desta vez ganhou cor vibrante e dinâmica: o amarelo.
Em síntese, a matéria deseja expor as diferentes funcionalidades que uma cor pode admitir, além das possibilidades de criação da paleta cromática, extremamente importante para adquirir contraste, destaque e a harmonia do espaço. Caso você não saiba exatamente como desenvolver esta harmonia, não deixe de fazer uma consultoria através do email contato@nathalydomiciano.com
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