As origens do princípio de conforto e habitação surgiram da necessidade do homem de buscar um local fixo para morar e consequentemente abandonar o nomadismo, permitiu que fossem criados os móveis de modo a condicionar uma existência sedentária.
Skara Brae, por exemplo, é um vilarejo de 5 mil anos que já possuía casas construídas com isolamento térmico e pedras empilhadas com a finalidade de compor prateleiras, armários entre outras concepções rudimentares do que seriam os primeiros móveis, além de camas que seriam forradas com peles de animais e plantas e até mesmo algumas divisões internas na habitação com a finalidade de setorizar espaços de sociais e íntimos, implementando a ideia básica dos banheiros.
A história da decoração contempla diversos estilos e técnicas utilizadas de acordo com a sociedade e a época vigente. As primeiras construções de pedra já expressavam preocupações de agenciamento dos espaços internos, com a presença pedras planas e polidas em seus interiores, com a função de cama e cadeira e, quando havia duas divisões, a primeira era destinada à cozinha e a segunda para lugar de repouso. Temos conhecimento de que a primeira civilização a utilizar móveis e adornos com finalidades decorativas foi a egípcia. A tradição de preservar os mortos e seus pertences possibilitou a descoberta de vários móveis em tumbas e os egípcios já utilizavam grande parte dos modelos de mobiliário conhecidos atualmente e decoravam ricamente as tumbas.
No Egito, Grécia, Império Romano, fica evidente como os recursos disponíveis na época eram utilizados com a finalidade de embelezar os ambientes e imprimir as características de seus usuários. Nas cidades de Pompeia e Boscoreale, temos conhecimento dos ideais de decoração no cubiculum (dormitório), na imagem ao lado. Nas paredes, pinturas que retratavam cenas heroicas, de ensinamento ou para entreter, usualmente em cores fortes para destacar o ambiente.
Juntamente a estes períodos históricos, pode-se complementar a análise à partir da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra e, depois, em toda Europa nos séculos XVIII e XIX, que possibilitou a produção em série de máquinas, mobiliários, objetos, tecidos e centenas de outros produtos, que antes eram feitos em processo artesanal ou nem existiam. Com isso, os aspectos de decoração se tornaram mais acessíveis em questões sociais, culturais e econômicas, porém massificaram a produção, permitindo a replicação das mesmas peças e produtos, o que de certa forma dificulta até hoje a valorização e resgate da produção artesanal, de modo a contemplar tanto o processo como seu produtor.
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